Buscapé e Bondfaro

domingo, 11 de novembro de 2012

Iniciantes no surf





O que é ser surfista? Bem, se você for pensar a fundo nisso, essa é uma pergunta mais difícil do que parece no começo. Definitivamente, não é ficar em pé em uma prancha. Não é simplesmente descer uma onda, por melhor que ela seja. É um estilo de vida. Ou melhor, é uma maneira de ver o mundo.
Nunca vi nenhum surfista que não seja fissurado, além do limite da razão, por onda boa. Que, por algum motivo, decidiu um belo dia deixar para trás a prancha e nunca mais olhou para trás. É como se houvesse um bicho que pica a gente e nos deixa contaminados com um vírus incurável: o vírus do surfe!
Este blog pretende ser um ponto de convergência para esses “doentes”, com notícias de campeonatos, vídeos, debates sobre questões que cercam o esporte e tudo que se relacione ao nosso estilo de vida. O espaço está aberto para colaborações, sejam fotos, textos ou o que quer que seja.
Por enquanto, é só. Até a próxima e boas ondas!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sul-americanos na estreia da China no ASP 4-Star




A temporada 2012 começou com uma etapa nível 1 estrela na Austrália e nesta semana acontece a estreia da China no calendário do ASP World Tour. Na América do Sul, a primeira prova do Circuito Mundial é a Copa Movistar Pro Peru, de 23 a 29 de janeiro em San Bartolo. E a ASP South America novamente realiza o primeiro grande evento do ano, o Hang Loose Pro Contest nos dias 07 a 12 de fevereiro no arquipélago pernambucano de Fernando de Noronha. Esta é a primeira etapa do ASP World Prime com premiação de 250 mil dólares valendo 6.500 pontos para o ranking mundial unificado em 2012.
Vários surfistas da América do Sul foram participar do evento histórico na China e sete se classificaram no primeiro dia do Hainan Classic, iniciado na quarta-feira em Wanning, na ilha Hainan. Os brasileiros Tomas Hermes e Messias Felix, os argentinos Santiago Muniz, Leandro Usuña e Santiago Di Pace e os peruanos Gabriel Villaran e Cristobal De Col, passaram direto para as oitavas de final da etapa inédita do ASP World 4-Star na China.
Já o Hang Loose Pro Contest é um dos campeonatos mais antigos do mundo, o mais tradicional da América Latina. Começou em 1986 na Praia da Joaquina de Florianópolis (SC), em 1990 a primeira mudança para a Praia das Pitangueiras do Guarujá (SP), em 1996 foi transferido para o litoral sul de Pernambuco e no ano 2000 aportou no Havaí brasileiro, como é conhecida a ilha de Fernando de Noronha pelos tubos da Cacimba do Padre.
O escritório regional da ASP na América do Sul, comandado por Roberto Perdigão, vem trabalhando forte para manter o Brasil no topo da lista dos países mais importantes na corrida por vagas na divisão de elite do esporte. Além do Hang Loose Pro Contest, estão agendadas mais duas etapas do ASP Prime de 6.500 pontos que ainda dependem de confirmação, o Saquarema Surf Pro International nos dias 21 a 27 de maio na Praia de Itaúna, em Saquarema (RJ), e o SuperSurf Internacional Prime na Praia da Vila, de 23 a 28 de outubro em Imbituba (SC).
Duas etapas do ASP World Star também estão programadas no Brasil. Uma com nível 2 estrelas de 30 mil dólares na Bahia, o Billabong Surf Eco Festival de 30 de agosto a 1.o de setembro na Praia de Jaguaribe, em Salvador. A outra é o Brasil Open of Surfing com nível 6 estrelas de 155 mil dólares na Praia do Arpoador, de 16 a 21 de outubro no Rio de Janeiro (RJ). No total, serão distribuídos 935 mil dólares e 23.500 pontos nestas cinco etapas, contra 825 mil dólares e 18.250 pontos das seis provas da Austrália, que passa a apresentar o segundo melhor calendário dos eventos qualificatórios para o grupo de elite do ASP World Tour.
LONGBOARD 6 ESTRELAS NO PERU – Além do Brasil, a ASP South America tem mais três etapas marcadas em outros países da América do Sul. A primeira é a Copa Movistar Pro Peru de nível 1 estrela agora em janeiro, dias 19 a 22 em San Bartolo. E na semana seguinte, o Peru abre o calendário mundial dos pranchões com o Huanchaco Longboard Pro Peru de nível máximo 6 estrelas nos dias 26 a 29 em Huanchaco, Trujillo.
Também está confirmada a reedição do Arica World Star Tour no Chile, com nível 3 estrelas de 55 mil dólares e 750 pontos nas grandes ondas de El Gringo, nos dias 12 a 17 de junho em Arica. E o Peru deve promover uma nova etapa com nível 4 estrelas de 95 mil dólares e 1.000 pontos em Mancora, além de um 6 estrelas feminino em Lobitos e até eventos do Sul-americano Pro Junior podem ser confirmados pelos organizadores.
SEM ROTAÇÃO DA ELITE – A grande novidade da temporada que se inicia é que não haverá mais mudanças na elite no meio do ano como em 2011. O Conselho de Administração da ASP (ASP Board of Directors) votou por desativar a rotação semestral dos top-34 em 2012, citando incertezas no calendário das etapas como a principal razão. Com isso, o Brasil terá sete representantes entre os 34 participantes do ASP World Title Race 2012.
É o mesmo número de surfistas dos Estados Unidos, ambos só superados pelos treze da Austrália. O Brasil acabou sendo o grande beneficiado na rotação semestral de 2011, com a entrada dos talentosos Gabriel Medina e Miguel Pupo. Como Adriano de Souza, Alejo Muniz, Jadson André, Raoni Monteiro e Heitor Alves, confirmaram suas permanências, os sete brasileiros vão participar de todas as onze etapas do ASP Tour 2012.
FOTO: Messias Felix (Crédito: Augustin Munoz / ISA)
CALENDÁRIO DA ASP SOUTH AMERICA PARA 2012:
Jan 19-22 – 1 Star – Copa Movistar Pro em San Bartolo, Lima – Peru – US$ 15.000 e 250 pontos
Fev 07-12 – PRIME – Hang Loose Pro Contest em Fernando de Noronha (PE) – US$ 250.000 e 6.500 pontos
Mai 21-27 – PRIME – Saquarema Surf Pro International em Saquarema (RJ) – US$ 250.000 e 6.500 pontos
Jun 12-17 – 3 Star – Arica World Star Tour em El Gringo, Arica – Chile – US$ 55.000 e 750 pontos
Ago 30-01 – 2 Star – Billabong Eco Surf Festival em Salvador (BA) – US$ 30.000 e 500 pontos
Out 09-14 – 4 Star – “a confirmar” em Mancora, no Peru – US$ 95.000 e 1.000 pontos
Out 16-21 – 6 Star – Brasil Open of Surfing no Arpoador, Rio de Janeiro (RJ) – US$ 155.000 e 3.500 pontos
Out 23-28 – PRIME – SuperSurf Internacional Prime em Imbituba (SC) – US$ 250.000 e 6.500 pontos
CALENDÁRIO DO ASP WORLD TITLE RACE 2012:
1.a: Fev 25-07 Mar – Quiksilver Pro na Gold Coast, Queensland – Austrália
2.a: Abr 03-14 – Rip Curl Pro em Bells Beach, Victoria – Austrália
3.a: Mai 09-20 – Billabong Rio Pro na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – Brasil
4.a: Jun 03-15 – Volcom Fiji Pro nas ilhas de Tavarua e Namotu – Fiji
5.a: Jul 11-21 – Billabong Pro em Jeffreys Bay – África do Sul
6.a: Ago 16-27 – Billabong Pro em Teahupoo, Taiarapu Ouest – Taiti
7.a: Set 16-22 – Hurley Pro em Trestles, Califórnia – Estados Unidos
8.a: Set 28-08 Out – Quiksilver Pro France em Hossegor – França
9.a: Out 10-21 – Rip Curl Pro em Peniche – Portugal
10.a: Nov 02-12 – O´Neill Coldwater Classic em Santa Cruz, Califórnia – Estados Unidos
11.a: Dez 08-20 – Billabong Pipe Masters em Banzai Pipeline, Oahu – Havaí
TOP-34 DO ASP WORLD TITLE RACE 2012:
1.o: Kelly Slater (EUA) – 64.200 pontos
2.o: Joel Parkinson (AUS) – 52.100
3.o: Taj Burrow (AUS) – 48.700
4.o: Gabriel Medina (BRA) – 47.020
5.o: Owen Wright (AUS) – 46.150
6.o: Adriano de Souza (BRA) – 45.900
7.o: Julian Wilson (AUS) – 43.945
8.o: Jordy Smith (AFR) – 42.100
9.o: Michel Bourez (TAH) – 38.100
10: Alejo Muniz (BRA) – 38.050
11: Josh Kerr (AUS) – 37.370
12: Damien Hobgood (EUA) – 33.220
13: John John Florence (HAV) – 32.805
14: Mick Fanning (AUS) – 30.600
15: Jeremy Flores (FRA) – 30.320
16: Heitor Alves (BRA) – 30.145
17: Miguel Pupo (BRA) – 30.055
18: Adrian Buchan (AUS) – 27.030
19: Kieren Perrow (AUS) – 27.000
20: Bede Durbidge (AUS) – 26.900
21: Raoni Monteiro (BRA) – 25.660
22: Brett Simpson (EUA) – 25.650
23: Adam Melling (AUS) – 25.450
24: Kolohe Andino (EUA) – 25.245
25: C. J. Hobgood (EUA) – 24.550
26: Tiago Pires (PRT) – 24.450
27: Jadson André (BRA) – 23.640
28: Matt Wilkinson (AUS) – 23.600
29: Patrick Gudauskas (EUA) – 23.020
30: Dusty Payne (HAV) – 22.505
31: Travis Logie (AFR) – 22.325
32: Taylor Knox (EUA) – 21.900
——convidados da ASP para os Top-34:
33: Kai Otton (AUS) por ter ficado em 33.o no ranking
38: Yadin Nicol (AUS) por contusão
——primeiros alternates para 2012:
34: Fredrick Patacchia (HAV) – 21.570 pontos
35: Willian Cardoso (BRA) – 19.815
36: Chris Davidson (AUS) – 19.250
37: Thiago Camarão (BRA) – 18.810

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Etapas do Grom Search em Saquarema e Guarujá



Este ano terá duas etapas no mês de março, em picos famosos, a abertura em Saquarema/RJ, nos dias 10 e 11, e a final em Guarujá/SP, dias 24 e 25.

O Circuito é voltado à nova geração, para surfistas com até 16 anos de idade e garante aos campeões da mirim e da feminina representar o Brasil na grande final internacional, na Austrália, desse que é um projeto Internacional da Rip Curl e é realizado simultaneamente em sete países ao redor do mundo. Também estarão em disputa as categorias iniciante e grommet. Outra atração é o Tag Team entre surfistas de diferentes estados, estimulando a parceria e a camaradagem entre os participantes.

Vários nomes já surgiram no campeonato, que passou por diversas praias brasileiras nesses 12 anos de história. Entre os muitos exemplos Adriano de Souza, Miguel Pupo, Alejo Muniz, Jadson André, Bruna Schmitz e Gabriel Medina, considerado a maior revelação do surf brasileiro dos últimos tempos.

“O Rip Curl Grom Search vai além de uma competição. Incentivamos a amizade entre os competidores e apoiamos o desenvolvimento pessoal dos atletas”, afirma Fernando Gonzalez, do marketing da Rip Curl no Brasil, justificando o slongan do evento: ‘Muito mais que um campeonato de surf’. Ele também destaca a confraternização realizada sempre durante as etapas, justamente para incentivar o clima de união.

Além disso, são realizadas ações de conscientização socioambientais e as gincanas, que nesse ano incluem a Caça ao Tesouro para a criançada se divertir na areia, bem como a personalização de camisetas e ainda quiropraxistas e massagistas na areia para auxiliar aos atletas. “São iniciativas extras, que somam ao evento, principalmente as ações sociais e ambientais. Arrecadamos alimentos para doação a uma instituição local onde as etapas acontecem, além das brincadeiras”, argumenta Fernando.

Novamente, o evento conta com as parcerias com a Study Way que disponibiliza o intercâmbio cultural na Austrália, e a Wizard, maior escola de idiomas do mundo, que oferece uma bolsa de estudos completa (inglês, espanhol, francês, japonês, italiano, alemão ou chinês) aos vencedores de cada categoria nas duas etapas do Circuito.

“A premiação é focada no desenvolvimento pessoal do surfista que queira seguir profissionalmente no surf, com intercâmbio cultural, com hospedagem em casa de família na Austrália, curso de inglês de seis meses de duração aqui no Brasil, oferecido pela Wizard, além da vaga confirmada para a final internacional, com passagem aérea ida e volta”, explica Fernando Gonzalez.

Ele também confirma que os campeões do Rip Curl Grom Search Internacional terão vagas garantidas, a partir desse ano, no Padang Cup, campeonato tradicional da Rip Curl, que acontece anualmente em Padang Padang, na Indonésia, apenas para convidados (os melhores tube riders do Mundo).

Nas etapas brasileiras, um dos destaques será a transmissão ao vivo pela internet, com a participação dos internautas, via facebook. “Teremos muita interação com o público na areia, com as gincanas ecológicas, e no hotsite do Circuito”, afirma Fernando.

INSCRIÇÕES - As inscrições para a etapa de abertura do Rip Curl Grom Search 2012 custam R$ 50,00 e devem ser feitas a partir do dia 27, até o dia 7, na sede regional da Feserj, à Rua Senador Rui Carneiro, 8, Praia da Macumba, das 9h às 13h. Atletas de outros estados, ou que preferirem, podem fazer depósito na conta da Feserj – Itaú, agência 8392, cc 28963-6, enviando fax com o comprovante de depósito junto com o nome completo e categoria para (21) 2490.0754 ou por e-mail para simone_feserj@hotmail.com. Todos devem confirmar o recebimento.

É obrigatório, na primeira bateria a ser disputada, entregar um quilo de alimento não perecível, que será doado a uma instituição local. O atleta que não apresentar o mantimento poderá ser impedido de entrar na água, mesmo tendo efetuado o pagamento da inscrição e não receberá a camiseta promocional do evento. Informações sobre o campeonato, clique aqui. Mais detalhes pelo telefone (13) 2101.0525, pelo e-mail: fgonzalez@ripcurl.com.br, ou ainda na página do Facebook da marca: www.facebook.com/ripcurl.
No ano passado deu Filipe Toledo 100% e Carol Fernandes

Com 100% de aproveitamento Filipe Toledo, de Ubatuba, sagrou-se campeão mirim do Rip Curl Grom Search 2011. No feminino, Carol Fernandes, de Saquarema, mesmo perdendo na semifinal, ergueu a taça, comemorando da areia. Os dois atletas, símbolos da nova geração brasileira, garantiram vagas para representar o País na final internacional do evento, este ano, na Austrália, e estão de malas prontas para iniciarem o intercâmbio cultural no início de março, antes da disputa da final internacional.

Também festejaram os títulos 2011 os surfistas Samuel Pupo, de São Sebastião na categoria iniciante (até 14 anos), e João Vitor Chumbinho, do Rio de Janeiro, também com duas vitórias na grommet (limite de 12 anos). Vale lembrar que Filipe e Samuel têm DNA no surf. O primeiro é filho do Ricardo Toledo, bicampeão brasileiro profissional e o segundo, filho de Wagner Pupo, um dos surfistas mais experientes do País.

RANKING FINAL 2011

CATEGORIA MIRIM (ATÉ 16 ANOS)
1 Filipe Toledo (Ubatuba/SP) – 2.000
2 Deivid Silva (Guarujá/SP) – 1.539
3 Wesley Santos (Peruíbe/SP) -1.466
4 Victor Bernardo (Guarujá/SP) – 1.182

CATEGORIA FEMININA (ATÉ 16 ANOS)
1 Carol Fernandes (Saquarema/RJ) – 1.656
2 Dominik Pupo (São Sebastião/SP) – 1.629
3 Wendy Guimarães (Saquarema/RJ) – 1.620
4 Sandra Maria (Ubatuba/SP) – 1.431

CATEGORIA INICIANTE (ATÉ 14 ANOS)
1 Igor Moraes (São Sebastião/SP) – 1.900
2 Alex Sandro Santos (Ubatuba/SP) – 1.729
3 Victor Bernardo (Guarujá/SP) – 1.620
4 Vitor Mendes (Guarujá/SP) – 1.330

CATEGORIA GROMMET (ATÉ 12 ANOS)
1 Samuel Pupo (São Sebastião/SP) – 1.900 – campeão no desempate
1 João Vitor Chumbinho (Rio de Janeiro/RJ) – 1.900
3 Daniel Templar (Saquarema/RJ) – 1.466
4 Lucas Leal (São Sebastião/SP) – 1.385

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Carlos Burle é campeão mundial de surf de ondas gigantes



Doze anos após vencer o primeiro evento de ondas grandes, em Todos os Santos, México, que teve status de título mundial, Carlos Burle sagrou-se campeão do primeiro circuito mundial de ondas grandes na remada. O big rider chegou a final dos 4 eventos que valiam pontos para o ranking e, devido sua atitude em face às condições extremas, teve sua performance exaltada pelos competidores e organizadores em todos as competições. O prêmio foi entregue no sábado, 24 de abril, em San Clemente, na Califórnia, em uma cerimônia com a presença dos principais nomes do surf em ondas grandes, como Mark Healey, Chris Bertish, Grant Baker, Greg Long, entre outros.
Segundo Burle, a vitória não pertence somente a ele, mas a todos os atletas e ao esporte. Carlos disse aos surfistas convidados presentes: “Todos vocês subam aqui e segurem esse troféu comigo,” pedido que foi atendido por seus companheiros de competição. E completou: “Estou muito feliz de estar aqui, já com 42 nos, e remar nas ondas com vocês, sempre estendendo os limites. O que nós fazemos lá não é nada fácil. O que fazemos é a coisa mais estressante do mundo. Nós nunca sabemos quando vai acontecer. Não há um cronograma fechado para nós. Temos que viajar de última hora, normalmente de madrugada, para depois nos depararmos com aquelas ondas monstruosas. Nós somos os seres humanos mais bem preparados no mundo,” disse ele exaltando todos os surfistas de ondas grandes.
Os resultados que contaram para o ranking da temporada 2009/2010 foram baseados nas finais do “Quiksilver Ceremonial Punta de Lobos” no Chile, “Billabong Pico Alto Invitational” no Peru, “Mavericks Surf Contest” na Califórnia, e o “Todos Santos Big Wave Event” no México. Segundo o diretor do tour de ondas grandes, Gary Linden, essa temporada teve suas maiores ondas surfadas em Mavericks, sendo as maiores já surfadas na história da competição. “O termo ‘ondas grandes’ agora se aplica a algo maior do que era,” concluiu Gary.
Para o ranking do Big Wave World Tour, somente os finalistas foram premiados com pontos baseados em uma estrutura única que agrega o verdadeiro espírito do surf em ondas grandes – surfar as maiores ondas. Cada evento recebeu seus pontos baseados no tamanho das ondas (mínimo de 12 a 15 pés) com ondas maiores valendo mais pontos. Esse sistema foi pensado para premiar o surfista que venceu as etapas em que o maior estava maior e consequentemente pegou as maiores ondas.
O Big Wave Wolrd Tour (2010/2011) já tem pelo menos 5 eventos confirmados para a próxima temporada (2010/2011): Punta de Lobos (Chile), Pico Alto (Peru), Mavericks (Califórnia), Todos os Santos (México) e Nelscott Reef (Oregon). A temporada se inicia no Chile com o Quiksilver Ceremonial, que já está com a janela de espera aberta desde primeiro de Abril, e que se estende até 31 de Maio.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Adriano de Souza campeao do billabong rio



O paulista Adriano de Souza, 24 anos, é o primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial na história do ASP World Tour. O feito inédito foi conseguido nesta sexta-feira com a emocionante vitória no Billabong Rio Pro, que fez a Barra da Tijuca parecer um estádio de futebol lotado com a vibração da torcida que compareceu em massa no último dia da etapa brasileira do ASP Tour no Rio de Janeiro. A final foi contra o australiano Taj Burrow, 32, que já tinha três vitórias no Brasil, com a primeira da sua carreira sendo conquistada nas mesmas ondas da Barra da Tijuca em 1999.
Sobre os gritos de "Mineiro, Mineiro, Mineiro" do enorme público, chorando de emoção, depois de abraçar o seu técnico e manager desde o início da carreira, Luis Henrique Campos, mais conhecido como Pinga, Adriano de Souza soluçou suas primeiras palavras quando chegou na arena do Billabong Rio Pro. "É muita emoção, estou até sem palavras, mas primeiro de tudo preciso agradecer muito ao Pinga, que sempre me apoiou e acreditou que este dia iria chegar. É uma emoção indescritível que estou vivendo hoje".
O novo líder do ranking mundial continuou falando: "Ganhar essa etapa aqui no Brasil sempre foi meu maior sonho. Lembro que quando eu era pequeno, bem jovem, o Pinga me trouxe para ver esse campeonato aqui na Barra mesmo, em 1998, quando o Peterson Rosa ganhou e a torcida também explodiu como agora. Desde aquele ano sempre sonhei em repetir isso e agora consegui".
Adriano de Souza também destacou a vitória do potiguar Jadson André, seu companheiro de equipe na Oakley, no ano passado em Imbituba (SC), vingando a derrota que ele mesmo havia sofrido na edição anterior. "Em 2009 eu cheguei muito próximo da vitória lá em Imbituba (SC), mas o Kelly (Slater) me venceu no finalzinho e eu fiquei com aquele gostinho amargo na boca. Mas, o meu dia chegou aqui no Rio, não poderia ser melhor e principalmente porque veio na hora certa, quando estou bem no ranking".
Quando perguntado sobre ser o primeiro brasileiro da história a liderar o ranking mundial da ASP, as lágrimas voltaram a cair e em soluços novamente, respondeu: "Estou feliz com tudo isso. Sei que ainda é muito cedo pra pensar em título mundial, tem muitos surfistas bons no circuito, estamos só no início da temporada ainda. Mas, estou feliz porque desde 13 de outubro de 2009 que não consigo vencer uma etapa do ASP Tour, aliás, essa tinha sido minha única vitória, então ganhar aqui e liderar o ranking é realmente demais, chegou o dia, me desculpe não conseguir falar mais pela emoção deste momento".
Ele faturou o prêmio de 100 mil dólares do Billabong Rio Pro surfando ondas quando a prioridade de escolha era do australiano. Taj Burrow largou na frente com uma nota 7,0 e depois ficou esperando as maiores ondas das séries. Enquanto isso, Mineirinho foi pegando as ondas que o australiano deixava passar e a torcida explodia a cada manobra. A primeira onda valeu nota 6,5, a segunda foi melhor ainda e arrancou 8 pontos dos juízes, com a vitória sendo sacramentada em outra esquerda detonada com batidas e rasgadas desgarrando a rabeta, abrindo leques de água, que renderam uma nota 7,63.
O placar final ficou em 15,63 x 12,17 pontos e Taj Burrow não conseguiu repetir as vitórias conquistadas no Brasil em 1999 na Barra da Tijuca, em 2002 em Saquarema (RJ) e em 2004 em Imbituba (SC). A final do Billabong Rio Pro foi a sétima bateria entre os dois na história do ASP Tour. O brasileiro só havia vencido uma, nas semifinais da etapa da Gold Coast, em 2009 na Austrália. Foi quando Mineirinho fez sua primeira final na carreira, que foi vencida pelo australiano Joel Parkinson nos tubos em Kirra Point.
"Estou muito chateado agora", falou Taj Burrow. "Eu queria muito vencer aqui. O segundo lugar até que é um bom resultado, mas eu não queria de maneira alguma deixar escapar essa vitória. Comecei bem a bateria com uma nota 7 e fiquei esperando, esperando, mas as ondas simplesmente sumiram pra mim. O Adriano usou uma boa tática de ficar mais pra dentro do pico pegando as ondas intermediárias e deu tudo certo para ele. Eu só precisava de uma onda boa pra vencer, não consegui e parabéns pra ele".
Para chegar na final, Adriano de Souza primeiro derrotou o taitiano Michel Bourez na repescagem da quarta fase que abriu o último dia do Billabong Rio Pro na Barra da Tijuca. Depois, passou apertado pelo australiano Owen Wright nas quartas de final, que quase vira o placar na última onda. Foi o seu duelo mais difícil na sexta-feira, com o resultado de 14,23 x 14,10 pontos comprovando isso. Na semifinal, as séries já estavam demorando mais para entrar, poucas ondas foram surfadas pelos competidores e Adriano levou a melhor contra outro australiano, Bede Durbidge, derrotando-o por 9,00 x 8,40 pontos.
"O Adriano está com tudo, teve o apoio todo da torcida aqui e fica difícil surfar contra tudo isso, mas fiquei decepcionado mesmo porque essa foi a pior bateria de ondas até agora e não deu pra gente surfar quase nada", falou Bede Durbidge, que dividiu o terceiro lugar com o francês Jeremy Flores, derrotado por Taj Burrow na primeira semifinal.
"Fiquei feliz com o resultado, pois não comecei bem o ano lá na Austrália e não tenho do que reclamar deste terceiro lugar", disse Jeremy Flores que ainda comentou ter dores no joelho. . "Consegui surfar bem, fazer notas altas e isso foi o mais importante pra mim. As ondas pioraram um pouco hoje, mas rolaram boas ondas no campeonato. No ano passado eu fiquei em nono lugar aqui no Brasil, agora um terceiro, então estou melhorando".
O resultado do Billabong Rio Pro garante o Brasil na ponta do ranking mundial pela primeira vez na história até a próxima etapa em Jeffreys Bay, também patrocinada pela Billabong na África do Sul, nos dias 14 a 24 de julho. Adriano de Souza é o novo líder, seguido pelo australiano Joel Parkinson e o dez vezes campeão mundial Kelly Slater. Com o vice-campeonato, Taj Burrow assumiu a quarta posição na classificação geral das três etapas completadas no Rio de Janeiro.
O Verão Sem Fim e o Billabong Rio Pro, produzidos pela GEO Eventos, foram apresentados pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e pela Riotur e contam ainda com o apoio da Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro, Associação de Surf da Barra da Tijuca, Arpoador Surf Club e Favela Surf Club.
FINAL DO BILLABONG RIO PRO:
Campeão: Adriano de Souza (BRA) com 15,63 pontos - US$ 100.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Taj Burrow (AUS) com 12,17 pontos - US$ 40.000 e 8.000 pontos
SEMIFINAIS - 3.o lugar - US$ 20.000 e 6.500 pontos:
1.a: Taj Burrow (AUS) 16.27 x 10.50 Jeremy Flores (FRA)
2.a: Adriano de Souza (BRA) 9.00 x 8.40 Bede Durbidge (AUS)
QUARTAS DE FINAL - 5.o lugar - US$ 15.000 e 5.200 pontos:
1.a: Taj Burrow (AUS) 16.26 x 14.43 Bobby Martinez (EUA)
2.a: Jeremy Flores (FRA) 15.60 x 12.17 Jeremy Flores (FRA)
3.a: Bede Durbidge (AUS) 16.03 x 6.27 Josh Kerr (AUS)
4.a: Adriano de Souza (BRA) 14.23 x 14.10 Owen Wright (AUS)
REPESCAGEM DA QUARTA FASE - 1.o=Quartas de final / 2.o=9.o lugar (US$ 12.500 e 4.000 pontos):
1.a: Bobby Martinez (EUA) 14.60 x 12.63 Damien Hobgood (EUA)
2.a: Jeremy Flores (FRA) 12.60 x 11.63 Daniel Ross (AUS)
3.a: Bede Durbidge (AUS) 13.43 x 12.67 Raoni Monteiro (BRA)
4.a: Adriano de Souza (BRA) 10.73 x 7.90 Michel Bourez (TAH)
ASP WORLD TITLE RACE 2011 - ranking das 3 etapas:
01: Adriano de Souza (BRA) - 20.500 pontos
02: Joel Parkinson (AUS) - 19.200
03: Kelly Slater (EUA) - 16.950
04: Taj Burrow (AUS) - 16.500
05: Jordy Smith (AFR) - 14.750
06: Owen Wright (AUS) - 12.150
07: Michel Bourez (TAH) - 12.000
08: Mick Fanning (AUS) - 11.500
09: Bede Durbidge (AUS) - 11.000
09: Tiago Pires (PRT) - 11.000
11: Jeremy Flores (FRA) - 8.750
12: Jadson André (BRA) - 8.700
12: Josh Kerr (AUS) - 8.700
14: Bobby Martinez (EUA) - 7.450
14: Matt Wilkinson (AUS) - 7.450
14: Alejo Muniz (BRA) - 7.450
24: Heitor Alves (BRA) - 5.250
26: Raoni Monteiro (BRA) - 5.000

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Bruce Kamonk fazendo sua prancha




Não me recordo o ano, mas foi logo quando comecei a surfar entre 86 e 87, que vi Brian Bruce, esse baiano com nome de gringo pegando onda em Jaguaribe de uma forma bem diferente da maioria dos surfistas daquela época.

O cara mandava aéreos e batidas fortes e eu mal ficava em pé na prancha. Aquele garoto me deixou chocado com seu surf.

Bruce seguiu tendo excelentes resultados em campeonatos amadores e profissionais pelo Brasil e principalmente na Bahia, onde foi bicampeão estadual no meio dos anos 90.

Chegou a competir também no circuito mundial WQS, apenas nas etapas brasileiras - que na época não eram muitas.

Bruce treinava de quatro a seis horas, pegando onda, e à noite buscava o condicionamento físico em uma academia. Mesmo com todo o esforço e os excelentes resultados, Brian Bruce Kamonk não conseguia um patrocinador principal que o bancasse nos circuitos brasileiro e mundial.

Talvez pelo seu jeito irreverente, falta de sorte ou sortilégio do destino. Quem sabe?

Em setembro de 2001, um dos maiores mares que vi em Salvador, com uns 10 pés havaianos, fui para o Jardim de Alah e só tinha um cara lá dentro. Era Bruce. Enquanto eu dropava as ondas e acelerava para não ser pego pelo lip, o doido tentava uns floaters e rasgadas. De novo fiquei chocado e feliz com aquela apresentação de surf.

Mas, o fato é que o tempo foi passando e Bruce desestimulado cometeu o erro de muitos garotos, caiu nas noitadas, álcool e drogas, levando um bom tempo em uma triste vida de ilusões.

Mesmo nessa época, continuou pegando onda e começou a shapear. Parece que nasceu mesmo para o surf, pois desenvolveu uma mão mágica, com pesquisas diversas e a ajuda de outro grande talento e shaper Hilton Issa.

Em 2005, conheci Bruce e resolvi fazer duas pranchas com ele, uma 5'8 e uma 6'4, adorei as duas, mas como ele foi morar em Itacaré e Barra Grande, por algum tempo perdemos o contato.

Talvez por ter vivido nesses dois paraísos, tenha amadurecido e como ele mesmo me disse, ainda tinha muito a construir. Não para provar nada para ninguém, mas para ser feliz.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Djackson Passos em ilheus/BA



Durante os eventos de surf que vinham acontecendo nas lindas praias do litoral do sul da Bahia, o atleta da foto ao lado me chamou a atenção.

Passei a segui-lo sem que ele percebesse e a cada momento me surpreendia com o seu jeito simples e humilde de viver e curtir a vida.

Ele é um daqueles garotos, jovens, atletas e brasileiros que nunca desiste. Um grande sonhador que não se importa com a deficiência física e foi em busca dos seus sonhos.

Os primeiros sonhos já foram concretizados que era pedalar e surfar. 

Em terra firme pedala 14 km de segunda a sexta até a escola. No mar, “destrói as ondas” com suas manobras. E com a sua determinação é um exemplo de vida e de superação.

Desde pequeno, ia de bicicleta até a praia do norte em Ilhéus ver a galera surfar e ali sonhava em um dia poder entrar no mar e deslizar sobre as ondas.

E esse dia chegou. Determinado, montou em sua bike e foi até a oficina de pranchas do shaper Davi do Skate e pediu uma ajuda.

Primeiro, Davi lhe deu uma prancha usada e não demorou muito para o garoto mostrar ao seu "padrinho" que não só tinha talento e o “surf na veia”, como um largo sorriso no rosto que revelava toda a sua alegria e felicidade por estar no mar realizando um dos seus sonhos.

Depois, Davi passou não só a patrocinar, mas também a conseguir as inscrições dos campeonatos e a dar instruções para o atleta que no inicio teve muita dificuldade em ficar de pé.

“Coloca a mão na borda que você consegue surfar e manobrar.” instruiu Davi do Skate, que além de padrinho, tornou-se técnico e patrocinador.

Com sua persistência e dedicação logo se tornou um grande atleta e um surfista de alma. Nas competições mesmo não ganhando, sua filosofia é: o importante é participar.

Este garoto tem apenas 15 anos e é um atleta especial. É portador de deficiência física, por conta do destino, o garoto nasceu sem os pés.

Para quem ainda não sabe o nome do atleta da foto, deixe-me apresentar.

O nome dele é Djackson Passos.


Decidiu que largaria as drogas, entrou para os narcóticos anónimos e resolveu ficar limpo.

Nos reencontramos esse ano em um surf no Corrente e mesmo com a grana no limite, me convenceu a fazer mais duas pranchas. Uma 5'8 e uma 6'3, também mágicas.

Entre uma conversa e outra resolvemos fazer uma entrevista e Bruce com muito orgulho, extremamente feliz, demonstrando muita humildade no olhar e na fala tranquila, andava o tempo todo agarrado a sua filhinha e com sua esposa ao lado.

Ele mostrava que era um verdadeiro vencedor, um campeão no shape, nas baterias e na vida. Tanto que quando falamos sobre as drogas ele olhou para a esposa como quem pedia uma aprovação e ela disse: escreva, é a sua vida.

E a sua vida Bruce é como a de todo ser humano, cheia de altos e baixos, com muitos aprendizados e a sabedoria e coragem de pedir ajuda nos momentos difíceis.

Com o amor próprio falando mais alto e mostrando seu exemplo para o mundo, quando queremos podemos superar não só as drogas, mas todas as adversidades da vida.

Brian Bruce Kamonk hoje não é só o cara que faz minhas pranchas. É um pai de família e marido dedicado, um vencedor, um surfista que ainda dá muito trabalho nas baterias e, o mais importante para mim, um grande amigo